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Anjo D’Ovar poderá ser reactivado no caso de uma segunda vaga

Júlia Oliveira, médica no Hospital Francisco Zagalo e vereadora na Câmara Municipal de Ovar em regime de não-permanência, revelou hoje que o Hospital de Campanha Anjo D’Ovar, depois de desmontado, poderá ser rapidamente reactivado no caso de uma segunda vaga da covid-19.

Durante a visita de Carlos Cortes, presidente da Ordem dos Médicos do Centro, Júlia Oliveira revelou que “nenhum profissional de saúde ficou doente” – nem na casa-mãe, nem no Hospital Anjo D’Ovar, atribuindo esse sucesso às medidas profilácticas implementadas na unidade-sede.

Neste período, o Hospital Dr. Francisco Zagalo Quanto acolheu 51 doentes internados com o SARS-CoV-2 e na unidade de campanha 25, sendo que esse espaço temporário nunca acolheu mais do que “13 em simultâneo”.

O presidente do conselho directivo do Hospital Francisco Zagalo, Luís Miguel Ferreira, referiu que, para atendimento desses e outros doentes, houve que contratar a título excepcional “cerca de 50 profissionais” de diversas categorias, por via própria ou através do programa de contratação especial aberto pelo Governo – num reforço complementado por seis enfermeiros cedidos pelo Agrupamento de Centros de Saúde do Baixo Vouga e 22 assistentes operacionais recrutados pela autarquia.

O hospital de campanha será desmantelado na próxima sexta-feira, mas a previsão inicial era que se mantivesse operacional até fim de junho, pelo que os enfermeiros recrutados a prazo pelo Francisco Zagalo manter-se-ão em funções na unidade-sede até final dos respectivos contratos de quatro meses e os 15 médicos que reforçaram a equipa durante a pandemia cessarão funções mais rapidamente, uma vez que “optaram por contratos de prestação de serviços”.

Os custos de toda essa operação ainda estão a ser apurados, até porque, como notou Luís Miguel Ferreira, há contratos que, devido à desmontagem da enfermaria provisória antes da data inicialmente prevista, estão agora a ser renegociados com fornecedores de serviços como lavandaria e recolha de resíduos.

Já no que se refere à parte suportada pela Câmara Municipal de Ovar, o que envolve os custos operacionais do hospital de campanha e algum do seu equipamento clínico, o presidente da autarquia, Salvador Malheiro, diz que também lhe “falta aferir o valor das despesas correntes” com recursos como gás, eletricidade, etc., mas estima que os gastos sejam “na ordem dos 100.000 euros”.

Entre o equipamento adquirido por ambas as entidades incluem-se camas articuladas, camas normais, monitores electrocardiográficos e outros recursos que agora ficarão à guarda dos respetivos proprietários. O material adquirido pelo Hospital Francisco Zagalo será assim reafecto à casa-mãe, enquanto aquele que foi comprado pela autarquia ficará durante algum tempo “em reserva, na retaguarda”, para voltar a ser utilizado em caso de “necessidade de reactivação rápida do hospital de campanha” – no contexto de uma segunda ou até terceira vaga da doença.

Uma vez superados todos os riscos de saúde pública associados à pandemia, Salvador Malheiro propõe-se então distribuir esse equipamento “em princípio por unidades de saúde” do concelho, mediante uma avaliação de necessidades a realizar posteriormente. `com Alexandra Couto / Lusa

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