Política

BE denuncia descarga poluente para o rio Cáster

Não passou ontem despercebido o “cheiro nauseabundo e pestilento”, a quem passou pela avenida D. Maria II, alegadamente proveniente de descargas feitas directamente pela conduta de emergência para o rio Cáster, junto à ex-ETAR que integra o sistema intermunicipal de saneamento da SIMRIA e da ADRA.

A denúncia partiu do BE de Ovar que lamenta o “cenário desolador do leito deste rio a transformar-se num depósito de águas residuais, com mau cheiro e com aspecto pastoso, que a partir dali, manchou a água em que se vinham vendo peixes a subir o rio”.

O “atentado no Rio Cáster teve a agravante de acontecer não através de uma qualquer fonte poluidora clandestina, que continuam a existir, mas neste lamentável caso, a fonte poluidora está devidamente identificada com os testemunhos de quem ali passa e com os registos de imagens das descargas directas da saída da ETAR para o rio”.

O Bloco de Esquerda repudia, em comunicado, “tal negligência das entidades responsáveis pela manutenção e qualidade no funcionamento adequado destes equipamentos sob competência da SIMRIA e ADRA, que não podem recorrer à solução mais prática e “barata” de lançar o saneamento das suas condutas para o rio e consequentemente para a Ria de Aveiro (Canal de Ovar), cujos custos ambientais são bem mais gravosos e dispendiosos”.

O presidente da Câmara Municipal, Salvador Malheiro, confirma que a informação de uma alegada descarga chegou aos “nossos serviços que actuaram em conformidade sabendo que a responsabilidade de tal incidente cabe à ADRA e às Aguas do Centro Litoral (ex SIMRIA)”. Não obstante, ele próprio, “após conversa pessoal com o Manuel Faneco, desloquei-me ao local e pude constatar in locco este desastre. Não descansaremos enquanto o problema não for resolvido e enquanto as responsabilidades não forem assumidas por quem de direito”.

Mais tarde, a ADRA informou que a situação se ficou a dever “a um grave incidente ocorrido na manhã de 27.10.2016, na estação elevatória EEN5, localizada na Avenida D. Maria II, em Ovar, que se encontra fora de serviço, com consequente ativação da descarga de emergência”. “Tal deveu-se a que por volta das 9h30 de 27.10.2016, a referida estação elevatória recebeu uma volume muito elevado de uma descarga de efluente com muitos resíduos sólidos e gordurosos, os quais inundaram a sala de gradagem da EE e o poço de bombagem, impossibilitando o funcionamento dos equipamentos, incluindo os grupos eletrobomba. Apesar de todo o esforço desenvolvido pela equipa de operação, as bombas não conseguem trabalhar pois o poço de bombagem tem muito lixo sendo necessário proceder à sua limpeza com recurso a meios externos.”

“A reparação iniciou-se esta sexta-feira, com a limpeza do tanque de bombagem com os meios adequados, na tentativa de repor as condições de funcionamento da estação elevatória no mais curto espaço de tempo possível”, informou a ADRA.

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