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Imagem original do Imaculado Coração de Maria está em Ovar

Sabia que a primeira imagem (escultura) do Imaculado Coração de Maria, esculpida segundo informações da própria Irmã Lúcia, se encontra na Igreja Matriz de Ovar?

Em dia de peregrinação e em que todos os caminhos da fé vão dar a Fátima, vai gostar de saber que o autor da peça foi José Ferreira Thedim, que não a finalizou, acabando-se o trabalho, em Braga, pela mão de José Gomes Fernandes, em 1946.

A imagem encontra-se, desde então, em exposição no Altar do Espírito Santos, na Igreja Matriz de Ovar, e está indubitavelmente ligada às revelações de Nossa Senhora em Fátima como a primeira que se esculpiu com esse título em Portugal e no mundo.

A imagem, integralmente executada, exibindo todos os pormenores sugeridos pela Irmã Lúcia e aprovados em dezembro de 1943, foi identificada, em 2004, na Igreja Matriz de Ovar, com a data “1946” e o nome “Casa França”, do Porto, onde foi adquirida, em 1946, por uma família ilustre e devota de Ovar, como contributo para as comemorações do Tricentenário da Padroeira nesta vila.

Por despacho de 8/6/1946, o Bispo do Porto, D. Agostinho de Jesus e Sousa, permitiu que “a imagem do Coração de Maria da Igreja Paroquial de Ovar fosse substituída por uma outra maior e melhor, que concentre as duas devoções na mesma imagem: Senhora de Fátima e Imaculado Coração de Maria – segundo revelação de Fátima”.

Vinda de Espanha, Lúcia regressou ao Porto, em 16 de maio de 1946, desconhecendo que ali mesmo, na Casa França, da Rua da Fábrica, se ultimava a belíssima imagem que ela imaginou vir a ser o modelo de todas as outras, e que, dois meses depois, partiria para Ovar, onde foi acolhida com entusiasmo, enquanto, por desconhecimento dos factos, Lúcia e a grande maioria dos devotos de Fátima, a julgavam “desaparecida”.

Marco Daniel Duarte, na sua dissertação de doutoramento “Fátima e a criação artística (1917-2007): o Santuário e a Iconografia – a arte como cenário e como protagonista de uma específica mensagem”, seguindo a opinião então vigente, aponta ainda a imagem do Carmelo como a primeira (de uma segunda fase iconográfica) do Imaculado Coração de Maria, referindo, no entanto, a investigação de 2005, do Padre Manuel Pires Bastos:

“Vejam-se, não obstante o que dizemos, as investigações de Manuel Pires Bastos publicadas no jornal ‘João Semana’, no qual se afirma, com argumentação muito plausível, que ‘a primeira imagem [do Imaculado Coração de Maria] está em Ovar”.

“Só que, por razões que nos escapam, estas particularidades têm sido, desde então, silenciadas pelos historiadores de Fátima”, escreveu o pároco Manuel Pires Bastos, num artigo do Jornal João Semana.

 

 

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