Cerca de 40% das pessoas com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica reduziram ou abandonaram a atividade profissional
19 de novembro I Dia Mundial da DPOC

Cerca de 40% das pessoas com DPOC reduziram ou abandonaram a atividade profissional. O Dados da coligação Speak up for COPD mostram que cerca de 40% das pessoas com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) têm de reduzir o horário de trabalho ou até mesmo deixar de trabalhar. O alerta é dado no Dia Mundial da DPOC, a terceira causa de morte a nível mundial e uma das mais subdiagnosticadas em Portugal.
Estima-se que a DPOC afete 213 a 390 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo uma das principais causas de internamento hospitalar. A prevenção e a deteção atempada são fundamentais para otimizar os resultados da DPOC.
Em Portugal, o estudo BOLD, publicado em 2013, revelou uma prevalência de 14,2% de DPOC entre adultos com mais de 40 anos na região de Lisboa, o que significa que cerca de 1 em cada 7 pessoas nesta faixa etária vivia com a doença. Este valor reflete uma carga considerável da DPOC na população, muitas vezes não reconhecida ou diagnosticada atempadamente, levando a limitações progressivas na respiração, perda de autonomia e maior probabilidade de internamentos.
A DPOC é uma doença respiratória crónica e progressiva, caracterizada por limitação persistente do fluxo aéreo, que tende a agravar-se ao longo do tempo. Quando não diagnosticada precocemente ou controlada de forma adequada, a DPOC pode agravar-se levando muitas vezes à necessidade de internamento – exacerbação grave, que é responsável por uma aceleração do declínio da função pulmonar. Estes episódios representam um ataque de pulmão, pela rapidez com que alteram o estado clínico e colocam o doente em risco.
Além dos sintomas respiratórios, o impacto socioeconómico é evidente: aproximadamente 40% das pessoas com DPOC reduziram a atividade profissional ou abandonaram o trabalho e, à escala global, o custo acumulado da doença poderá exceder os 3,5 mil milhões de euros entre 2020 e 2050, caso não sejam implementadas estratégias nacionais robustas de prevenção, diagnóstico e gestão integrada.
Segundo José Albino, presidente da Associação RESPIRA, “a DPOC é silenciosa numa fase inicial, mas devastadora quando se revela. O exame que a confirma, a espirometria, continua a não ser feito de forma sistemática. Temos a doença, temos os meios, mas falta organização.” E acrescenta: “A DPOC rouba muito mais do que o fôlego. Rouba energia, autonomia e tempo de vida. Cada dia sem diagnóstico é um dia perdido para travar o avanço da doença.”
Em Portugal, dados apresentados no congresso WONCA 2025 (World Organization of Family Doctors), no âmbito do estudo Epi-Asthma, demonstram que a qualidade de vida relacionada com a saúde é significativamente reduzida em pessoas com DPOC; a dispneia grave e a multimorbilidade surgem como principais determinantes desta perda, com efeitos mensuráveis no EQ-5D9. A redução da qualidade de vida é, por sua vez, um preditor relevante de morbilidade e mortalidade, reforçando a urgência em garantir diagnóstico atempado, controlo da dispneia e abordagem sistemática das comorbilidades.
“A DPOC não é invisível. Apenas não está a ser procurada da forma certa. Detetar atempadamente é o primeiro passo para salvar vidas, pois o ataque do pulmão aumenta o risco de ataque do coração!”, conclui José Albino.
Com o objetivo de melhorar o percurso da pessoa com DPOC em Portugal, a AstraZeneca reforçou este ano a colaboração com a Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) para o desenvolvimento do estudo COPD-Link, que permitirá caracterizar o perfil das pessoas com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), as trajetórias clínicas e os padrões de tratamento em Portugal.
“Enquanto companhia farmacêutica estamos comprometidos em continuar a gerar mais evidência sobre a DPOC, uma patologia altamente debilitante e com impacto para o sistema de saúde, com o objetivo de contribuir para um diagnóstico mais precoce, garantir um melhor acompanhamento e tratamento destes doentes em Portugal“, salienta Hugo Martinho, Diretor Médico da AstraZeneca Portugal.




