Covid-19

Cordão sanitário cortou abastecimento de substâncias ilícitas

A epidemia de Covid-19 aumentou o número de toxicodependentes que procura programas de consumo de metadona para substituir as drogas como a heroína, em escassez nas ruas. Em Ovar, a cerca sanitária esgotou a heroína e levou toxicodependentes a encontrar alternativas. Em declarações ao Jornal de Notícias, o Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências estima que 300 pessoas tenham aderido a estes programas.

“Tem sido reportado pelas organizações que trabalham na redução de danos e que sentiram maior pressão para admissão de novos doentes“, confirmou ao JN o presidente do SICAD, João Goulão: “Houve uma redução em todas as vias de introdução de drogas no mercado, pelo que houve escassez das drogas clássicas”.

Esse aumento também foi relatado no Centro Comunitário de Esmoriz, em Ovar, onde a cerca sanitária fez com que as substâncias ilícitas deixassem de circular: “Quando não havia heroína, os utentes procuravam metadona”, disse ao JN o psicólogo Nuno Rechena. Num mês e meio, seis a sete pessoas entraram nos programas de metadona, “o que não acontece num mês normal”.

Além da escassez das drogas, também “havia dificuldade em conseguirem dinheiro” para as comprar, acrescentou João Santa Maria, coordenador do projeto “In Mouraria” do Grupo de Ativistas em Tratamentos. De acordo com ele, também o consumo de benzodiazepinas (fármaco normalmente utilizado no tratamento das insónias e da ansiedade) aumentou durante a epidemia — precisamente por serem mais baratas que as substâncias ilícitas clássicas.

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