Cultura

Ele dá-nos música nos jogos de Casino online

O músico ovarense Bernardo Libório é uma das mais recentes “aquisições” da Fabamaq, startup tecnológica com 10 anos de experiência no mercado, cujo core business é o desenvolvimento de jogos para casinos físicos e online.

Licenciado em Som e Imagem com Mestrado em Sound Design pela Universidade Católica, juntou-se à equipa para fazer a ponte entre aquilo que é a programação e a parte mais artística e musical, explica.

Este emprego foi o que lhe valeu nesta pandemia. No início de 2020, tinha a agenda completa até dezembro, mas o novo coronavírus acabou com os concertos e os espectáculos”, lembra mas diz que, “se por um lado isso foi mau, por outro lado foi bom para os artistas começarem a compor”. No seu caso, encontrou um trabalho na sua área no novo segmento dos jogos online, e agora “faço músicas originais, efeitos e sons para o entretenimento”.

A Fabamaq, sediada no Porto, está em grande crescimento, tendo mudado recentemente, para novas instalações próprias, na zona do Campo Alegre, num investimento avaliado em quatro milhões de euros.
Conhecido no meio por estar ligado a vários projectos musicais, Bernardo dedica-se agora “praticamente a cem por cento à produção”. Numa área de trabalho totalmente nova, “tudo o que faço tem de ser original”. Tal como gosta, na empresa “tenho de completar todo o processo: produzir a música, tocar os instrumentos, integrá-la no jogo e depois apresentar o resultado final para integração num determinado jogo”.

Bernardo Libório explica que “todos os jogos desenvolvidos na Fabamaq são de casino (o Grupo Solverde é um dos destinatários dos jogos online desenvolvidos pela Fabamaq), encomendados à nossa empresa que os idealiza e constrói e o que se pretende é que a música contribua para que a experência seja de uma imersão total”. O jogo é desenhado de forma mais apelativa possível, trabalhando várias tecnologias, com envolvência e atenção ao detalhe e o som que é fundamental nos sentimentos que devem ser transmitidos num jogo.

Esta nova aventura pelo digital, além de levar as suas criações a várias partes do globo, tem-lhe acrescentado bagagem musical: “Nos jogos de casino, faço músicas muito diferentes umas das outras. Há jogos com temas do antigo Egipto ou da Roma antiga, e tenho que fazer investigação da respectiva história musical, estudar que instrumentos usavam, que progressões harmónicas usavam e ir por aí”. “Hoje temos à nossa disposição uma quantidade de ferramentas electrónicas que nos ajudam a fazer música mais depressa, mas temos que saber o que queremos atingir, estudar e avançar, porque as máquinas ajudam mas não fazem nada sozinhas”.

Nomeado para
um Prémio Sophia
Apesar de fazer muita música no âmbito dos jogos de casino, Bernardo não esquece de compor para alguns artistas com quem se tem cruzado em Portugal. “Muitos novos talentos, sem grandes apoios, independentes, que são um mercado muito interessante”, avalia.
O produtor vareiro de 29 anos já tem um currículo invejável, pois esteve nomeado para um Prémio Sophia e ganhou um Prémio no Fantasporto de 2018 com a banda sonora do filme “Casas Caiadas”, uma curta metragem que produziu enquanto estudava na Universidade Católica, do Porto.

Na Fabamaq, “ tenho que cumprir o meu trabalho na música para jogos, mas depois mergulho nos meus projectos”. Actualmente, apurou-se para o Top Ten do concurso internacional de produtores musicais lançado pelos estúdios da editora brasileira Midas Music, de Rick Bonadio, um dos maiores do Brasil e que conta no seu catálogo, com músicos como Vitor Kley. “Serão seleccionados três para trabalhar com eles a tempo inteiro e tenho esperança de ficar”. Apesar da pandemia, as coisas estão a desenrolar-se de modo positivo para Bernardo Libório. “Estive a trabalhar com o Rui Pedro, artista de Ovar, que também está nessa editora brasileira e estou a produzir para a Catarina Reis e para o Daniel, artistas que estão a investir nas respectivas carreiras”. Daniel, aliás, vai lançar um novo EP este ano.

Eclético e grande
capacidade de adaptação

Berbardo Libório chegou a estar ligado a vários projectos na área do samba e do pagode em Ovar, como é o caso do grupo Papo de Samba, entre outros, mas “agora estou mais concentrado na vertente do som original, coisas feitas por mim, que se podem vender melhor porque valoriza o nosso trabalho”. O produtor é o responsável pelos arranjos, por idealizar as músicas e isso para Bernardo é fácil, porque “acordo a pensar na música, passo o dia na música e deito-me a fazer música”.
Para chegar aqui, lembra-se que fez a sua formação na guitarra, “onde cheguei a treinar o solfejo na escola de música da minha tia, em Ovar. Mais tarde é que comecei a estudar a sério”. A bossa nova é um dos estilos que prefere, “porque tem muitas influências e isso integrou-me noutros estilos, como o jazz.

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