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“Estamos num momento fundamental para a nossa literacia”

Carlos Nuno Granja em entrevista com o FLO em pano de fundo

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A quarta edição do Festival Literário de Ovar arranca esta quinta-feira e até domingo propõe diversas iniciativas com cerca de 40 escritores e ilustradores. Fomos falar com o escritor vareiro, Carlos Nuno Granja, coordenador do certame.

OvarNews: Sabendo que não é pelo cachet, o que move a organização de mais um Festival Literário de Ovar (FLO)?
Carlos Nuno Granja: Quando se faz alguma coisa com gosto, porque te sentes bem, porque te deixa satisfeito, porque é algo que te dispões a concretizar, porque é na tua terra, porque gostas do que estás a fazer, enfim, talvez não seja facilmente explicável, e ao mesmo tempo facilmente compreensível. Pelo cachet, dedicar-me-ia certamente a outras actividades.

ON: Apesar de ser um clichet estafado, continua a fazer sentido dizer que é preciso ler mais. É aqui que se enquadra esta tua “missão”?
CNG: É uma das funções. A mais importante, sem dúvida. Talvez um clichet estafado porque os resultados não aparecem. Estamos num momento importante, fundamental para a nossa literacia. Não deixa de ser um alerta, o nosso Presidente da República também está consciente disso. Ele lê bastante e criou a Feira do Livro de Belém. Mas é necessário ir mais longe.

ON: Mais longe até onde?
CNG: Nos tempos que correm, há mais publicações, logo mais oferta, que procura. O que significa que há muita gente a escrever do que a publicar, logo, mais escritores que leitores. É uma loucura. Precisamos de leitores, de todos. E é muito importante incentivar.

ON: Como o fazemos?
CNG: Pois, um enorme debate sobre as estratégias tem sido feito. Mas um festival literário como o de Ovar não existe necessariamente para aplausos aos escritores, antes para apelar à leitura e assegurar essa proximidade entre os livros, os leitores e os escritores.

ON: Tomara muitos festivais do género (e mais badalados também) terem o leque de convidados que aqui estão. Ainda não foi desta que se conseguiu trazer o Presidente Marcelo?
CNG: Não se tentou, embora a sua presença fosse do nosso agrado, e, por conseguinte, trouxesse maior projecção.

ON: Além do “cartaz”, o que distingue o FLO dos demais que se organizam por esse país fora?
CNG: O Festival Literário de Ovar vale pela genuinidade do seu ambiente, pela sua informalidade. É o único com cariz alternativo, que acontece ao ar livre, que aproxima os escritores dos leitores. É um festival que se pretende aproximar dos leitores, mas também dos não leitores. É um festival que vale pelo cartaz no seu todo. É assim desde a sua primeira edição.

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