Os dois assaltantes da ourivesaria em Aveiro, crime cometido esta quinta-feira, que foram apanhados em flagrante delito pela PSP, saíram já em liberdade, ao início da noite deste sábado, do Tribunal de Estarreja, que está de turno na Comarca de Aveiro.
As medidas de coação aplicadas a ambos os arguidos, ambos de Ovar, onde reside um deles, enquanto o outro mora agora em Vila Nova de Gaia, foram apresentações diárias nos postos policiais das áreas de residência, em Ovar e em Vila Nova de Gaia.
Em comunicado, na noite deste sábado, o Comando Distrital da PSP de Aveiro informou que “após presentes hoje ao Tribunal de Turno de Estarreja, para o seu primeiro interrogatório judicial, ambos os detidos ficaram sujeitos à medida de coação de apresentações diárias, nas instalações policiais da área das suas residências, bem como de proibição de contacto entre ambos”.
As diligências relacionadas com os interrogatórios dos dois detidos pela Divisão Policial PSP de Aveiro decorreram ao longo de toda a tarde deste sábado, tendo sido as medidas coativas dos dois arguidos conhecidas poucos minutos antes das 20 horas.
À saída do Palácio da Justiça de Estarreja, o advogado Paulo Marco Braga, que defende um dos arguidos, escusou-se a prestar declarações aos jornalistas, limitando-se a confirmar as medidas coativas que já tinham sido comunicadas pela PSP de Aveiro.
Tal como noticiou o OvarNews, a dupla entrou encapuzada na Boutique dos Relógios, do centro comercial Fórum, em Aveiro, roubando relógios e bijuterias, no valor global de cerca de 40 mil euros, ameaçando a funcionária com uma faca e um martelo.
Enquanto um dos assaltantes amedrontava a funcionária, cuja ourivesaria iria fechar dentro de 15 minutos, isto é, às 22h00 de quinta-feira, outro, à martelada, arrombou as vitrines, causando grandes danos, roubando 38 relógios e nove pulseiras e brincos.
Logo de seguida o dueto colocou-se em fuga, em direção ao estacionamento do centro comercial Oita, tendo os seguranças do Fórum dado as coordenadas a agentes da PSP, entretanto chegados ao local da ocorrência, que depois detiveram os assaltantes.
Quando se preparavam para fugir num automóvel, da marca e modelo Skoda Otavia, propriedade de um dos assaltantes, foram detidos pela PSP, tendo de ser disparados seis tiros de intimidação, três para o motor e três para os pneus, para impedir a fuga.
A PSP de Aveiro conseguiu recuperar todos os artigos furtados, tendo detido de imediato os dois assaltantes, que não possuíam cadastro criminal, passando duas noites no Comando Distrital da PSP de Aveiro, já antes de este sábado terem sido libertados.
Aos detidos, de 21 e de 23 anos, a PSP apreendeu ainda os objetos utilizados para realizar o roubo, uma arma branca (navalha), um martelo, um pé de cabra, dois gorros tipo “passa montanhas”, um par de luvas e um saco onde tinham o produto do roubo.
O automóvel também foi apreendido pela PSP de Aveiro, sendo que segundo comunicado policial, “estando perante um crime com elevado grau de ameaça, os Polícias fizeram uso do nível de força estritamente necessário e proporcional, tendo efetuado recurso à força física, ao bastão e ao gás pimenta, bem como recurso efetivo a arma de fogo, nos termos legalmente definidos, apenas contra a viatura de fuga, no sentido de a imobilizar”, o que foi conseguido pelos agentes da PSP, sem danos colaterais.
“Os polícias conseguiram impedir a fuga dos suspeitos, retirá-los da viatura e algemá-los, sem terem colocado em risco a sua própria segurança, a dos suspeitos ou de terceiros, tendo sido acionada a emergência médica e comparecido no local daquela ocorrência os Bombeiros Novos de Aveiro, que conduziram os suspeitos para o hospital local”, ainda segundo revelou a PSP.
Segundo a PSP de Aveiro, foram conduzidos os dois suspeitos para o hospital local por apresentarem ferimentos ligeiros”, enquanto “um dos polícias teve também necessidade de ser conduzido ao hospital por apresentar ferimentos numa das mãos”.
“Foram registados danos avultados na ourivesaria (quebra de montras) provocados pelos suspeitos e na viatura destes (pneus e motor), originados por disparos propositadamente efetuados, a viatura foi apreendida e rebocada para as instalações policiais, para diligências processuais e a subsequente investigação será desenvolvida pela PSP, que se congratula por ter conseguido resolver a ocorrência de forma célere, apesar do risco elevado apresentado, sem haver danos pessoais de relevo”, refere a PSP.
Joaquim Gomes
