
Ovar é Natal entre 30 de novembro e 6 de janeiro, com o Município a trazer à rua o espírito desta quadra, com iniciativas “diferenciadoras, alicerçadas na identidade de um território que é tradição, património, sabores e hospitalidade”.
Espetáculos e música, oficinas criativas, visitas turísticas e muito mais. Para crianças, famílias e público em geral, Ovar quer ser terra de encontro e magia e ganhar um lugar no patamar dos Municípios que já são de passagem obrigatória nesta fase do ano. Feira, Águeda, Espinho, Aveiro e Estarreja já lá estão. “Um território criativo e de tradições vivas está pronto para proporcionar momentos de partilha à comunidade e de braços abertos para receber”, refere nota publicada no site do Município.
A despesa das luzes natalícias passou de 96.063 euros em 2024 para 97.735 em 2025, o que a autarquia diz refletir “um aumento de 1,74%, exclusivamente associado à inflação”. Mais caras são as decorações, que este ano exibem “uma nova linha temática centrada nas estrelas” e, embora só custando mais 123 euros do que em 2024, absorvem agora cerca de 114.795 euros.
Já no que se refere às propostas culturais e lúdicas, focam-se em dois momentos: as atividades relacionadas especificamente com o Natal, que passam de 45.151 para 57.293 euros, devido ao reforço do cartaz; e a festa concreta do réveillon no Furadouro, que custará mais 1.230 euros do que no ano passado e implicará assim 16.605 euros, aplicados sobretudo em fogo-de-artifício e animação musical.
O Caminho de Luz, que guia a programação de Natal em Ovar, encontra o seu ponto alto e derradeiro no Cantar os Reis, uma das tradições mais identitárias e emocionantes do concelho.
Passo a passo, momento a momento, este caminho celebra a luz que une a comunidade, e é no Cantar os Reis que essa luz ganha voz: a voz de centenas de reiseiros, de diferentes gerações, que mantêm viva uma expressão cultural única e profundamente enraizada na alma vareira.
Entre melodias harmoniosas, letras que se reinventam todos os anos e a vontade genuína de partilha, o Cantar os Reis é um instante de encontro, convivência e emoção. Uma vivência que liga corpo e espírito e que, desde 2020, integra o Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial de Portugal, reconhecendo o seu valor singular.
A tradição nasceu em 1893, com a primeira troupe vareira – os Reis do Alves ou Troupe dos Velhos – e, mais de um século depois, continua a afirmar-se pela riqueza poética das letras, pela qualidade musical das composições e pela alternância entre solistas e coros acompanhados por instrumentos de cordas.
O Cantar os Reis à moda de Ovar é, assim, a celebração final do nosso Caminho de Luz: um acontecimento original, identitário e profundamente comunitário, que renova todos os anos o orgulho e a memória cultural de Ovar.




