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Esmoriz: Arqueólogos desvendam mistérios da Necrópole de Chão do Grilo (DA)

As acções de pesquisa científica que estão a decorrer na Necrópole do Chão do Grilo, em Esmoriz, apontam para que se trate de um cemitério cuja origem pode situar-se algures entre a alta idade média e a época romanna.

Trata-se de um dos mais importantes sítios arqueológicos no concelho de Ovar, e a actual sondagem, sob a coordenação do arqueólogo Gabriel Pereira, é promovida pela Câmara Municipal de Ovar com o apoio da Direcção Regional de Cultura do Centro, e surge na sequência da realização de trabalhos de desmatação indevida, na área abrangida pela necrópole, os quais possibilitaram a identificação de vestígios de uma sepultura, num corte instável do terreno.

As escavações numa zona de 6 metros quadrados, a decorrer desde a passada semana, envolvem uma equipa técnica de 4 pessoas, entre arqueólogos e outros colaboradores, e contam com a colaboração da Junta de Freguesia de Esmoriz.

“Pretende-se efectuar uma primeira avaliação do local no que respeita ao estado de conservação dos vestígios, procurando-se ainda aferir a dimensão da necrópole e a sua cronologia, bem como sugerir eventuais hipóteses quanto à localização do povoado”, explicou António França, da Divisão de Cultura da Edilidade.

De acordo com as últimas informações, “os resultados são muito animadores”, tendo-se verificado que as tumbas estão a uma boa profundidade, não tendo sido afectados pelas actividades que, entretanto, se desenrolaram no terreno florestal.

“Trata-se de desvendar um dos maiores mistérios arqueológicos da região”, esclarece António França, apontando como objectivos “a datação da necrópole e a sua importância – local, regional ou nacional – do achado”. “Tudo aponta para que a sua importância seja mesmo nacional”, admite.

Recorde-se que foi nos anos 30, do século XX, durante os trabalhos de exploração de uma saibreira que foi encontrada uma necrópole de inumação no pinhal do Chão do Grilo, em Esmoriz. As escavações realizadas, em 1931, pelo Reverendo António André de Lima, Abade de Esmoriz, foram acompanhadas pelo Eng.º Rui de Serpa Pinto, figura emblemática da arqueologia portuense. Foram encontradas um total de vinte e quatro sepulturas de formato trapezoidal e raramente rectangular, de orientação W-E.

Estas sepulturas não proporcionaram qualquer material ceramológico, a não ser as tegulae, os lateres e os imbrici que as compunham e alguns fragmentos osteológicos, nomeadamente um fragmento de crânio e duas tíbias, que permitem localizar (provavelmente) os vestígios no período compreendido algures entre finais do período Romano, meados do séc. IV DC e o início da alta idade média, séc. VII DC.
Não deixa de ser relevante, não só por aquilo que já se encontrou, bem como pelas prespectivas que se abrem no sentido de identificar e compreender a ocupação humana do local.
Constituem os mais antigos vestígios daquilo que pode ser a origem de Esmoriz.

. (Ler mais in Diário de Aveiro)

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