Parlamento aprova resolução a favor da reabertura das urgências em Espinho
O parlamento aprovou hoje quatro projectos de resolução que recomendam ao Governo a reabertura ou reconfiguração do serviço de urgências do hospital de Espinho.
As resoluções do BE, PEV, PCP e PSD foram apresentadas na sequência de uma petição assinada por quase 10.000 utentes e que, por isso, obriga à sua discussão em plenário da Assembleia da República.
Os projetos do PCP, PEV e BE foram aprovados com a abstenção do PSD, PS e CDS. O texto dos sociais-democratas foi aprovado com o voto do PSD, CDS, PAN, mas teve a abstenção do PS e os votos contra do PCP, BE e PEV.
Nos seus projetos de resolução, BE, PEV e PCP reivindicam a reativação da Urgência enquanto o PSD propõe a criação de um Serviço de Atendimento Permanente (SAP), mas todos concordam que o encerramento do SUB de Espinho em 2007 prejudicou a população do concelho e também a das freguesias contíguos nos municípios de Santa Maria da Feira, Ovar e Gaia, na zona norte do distrito de Aveiro.
O Hospital Nossa Senhora da Ajuda é atualmente uma extensão de um centro hospitalar sediado em Vila Nova de Gaia, onde também se localiza o serviço de urgência comum.
Para o BE, dez anos após o encerramento do SUB do Hospital de Espinho “é possível concluir que a medida foi “um erro que pode e deve ser corrigido agora: sobrecarregou as urgências do Hospital de Gaia e esta situação é completamente irracional porque os utentes com casos menos urgentes estão a ser obrigados a deslocar-se para uma unidade com cuidados muito diferenciados, onde os tempos de espera se revelarão maiores”.
Aspeto também criticado pelo BE é a substituição do SUB de Espinho por uma ambulância do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
No mesmo sentido, o Partido Ecologista “Os Verdes” considera que uma e outra coisa não são equiparáveis, constituindo apenas um mecanismo “para tentar silenciar as populações”.
Para “Os Verdes”, o Hospital de Espinho reúne “todas as condições ao nível das infraestruturas e equipamento” para retomar o funcionamento desse serviço – “à exceção dos recursos humanos”, que o partido quer ver reforçados.
O PCP tem a mesma opinião: “O Hospital de Espinho tem condições físicas para que o Serviço de Urgência possa ser reaberto – possui infraestrutura montada, equipada e com disponibilidade”.
Os comunistas realçam que a reativação dessa valência será particularmente útil tendo em conta que, embora os utentes de Espinho sejam apenas cerca de 30.000, essa população “quase duplica nos meses de verão devido ao período de férias e época balnear” e ultrapassará mesmo os 106.000 utilizadores quando se consideram as freguesias mais próximas de Gaia, Feira e Ovar.
O texto do PSD reclama, em concreto, “a criação de um SAP (Serviço de Atendimento Permanente)”, alegando “compreender que a necessidade de existência de um serviço de urgência devidamente apetrechado e equipado não se coadune facilmente com uma grande dispersão geográfica”.
Contudo, acrescentam os sociais-democratas, “o encerramento do SUB de Espinho deveria ser compensado com um reforço de outro tipo de resposta, nomeadamente da consulta aberta nos Centros de Saúde e Unidades de Saúde Familiar, que permitisse o atendimento de casos menos urgentes, aliviando o já muito concorrido serviço de urgência do Hospital Santos Silva [de Gaia]”.