Opinião

Gente da boa é outra loiça – Fernando Pinheiro

Em um qualquer intervalo do dia de trabalho – nem sempre trabalho nem sempre descanso – li uma notícia veiculada pela ZAP Notícias sob o título “Berardo detido por alegada fraude à Caixa Geral de Depósitos”.

Muito se tem escrito sobre o que fez e o que não fez o Senhor madeirense, homem bem-sucedido, ex-emigrante na África do Sul.

Inicialmente, por que se tratou de um filho do País que na vida singrou graças ao seu trabalho, por muitas e nobres razões, foi dado como exemplo. Foi, por dois dos Senhores Presidentes da Republica de Portugal, galardoado com duas comendas -. Grão Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.

Como bem diz o velho ditado que o tempo é bom conselheiro, estamos chegados à realidade dos factos.

Não colocando os seus dotes de “bem-humorado e excelente comediante” em causa, e a ter por verídicos factos que reputo de extrema gravidade capazes de ser de um “protagonista herdeiro” do maior burlão – Alves dos Reis – que vagueou pelo País, que se chama Portugal, em tempos já idos, como português e pagante dos desvarios de tanta e tanta gente, muito lamento…

Efectivamente, homem dotado de inigualáveis gostos pela cultura, Joe Berardo soube (é o que se diz) “enganar” tudo e todos, mesmo os, supostamente, mais avisados.

Com ou não dedo de antigos governantes, são imputados a Joe Berardo “o facto de ter sido celebrado com o Governo um acordo para que 862 obras de arte da fundação Berardo fossem expostas no Centro Cultural de Belém”.

A serem verdade os números (cerca de mil milhões de euros) com que a Banca (CGD, NB e BCP) adiantadas pela comunicação social, com poucas ou mesmo nenhumas probabilidades de cobrança, é caso para lembrar que o Senhor Berardo, medalhado com comenda, como diz o povo, nos saiu melhor que a encomenda!

O País e os seus filhos trabalhadores têm/vão ter todo o tempo do mundo para, com o seu denodado trabalho, ganharem para que todas as ”aberrações”, da gente de gravata ou equivalente, sejam pagos.

É por mais evidente que os pagantes – os milhões de pagantes – são os eternos sacrificados do que se esbanja no País das maravilhas para uns quantos. Triste signa que se abateu sobre nós povo: – Trabalho e mais trabalho para, depois de chegados a velhos, nos serem pagas miseráveis e “lagrimadas reformas”.

Efectivamente, a coberto de apoios de muito duvidosa aplicação, “desbaratam-se milhões e milhões” em autênticas benesses para uns poucos em detrimento daqueles a quem se deveriam destinar por justos se tornarem.

Alguém, em 2012, proferiu esta célebre e talvez impensada frase: “Ai aguenta, aguenta”.

Fernando Pereira Pinheiro – 29/06/2021

 

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