A Secção de Esmoriz do Partido Socialista promoveu, na última semana, uma reunião entre a deputada à Assembleia da República Rosa Maria Albernaz e pescadores da Arte-Xávega e da Majoeira.
Na reunião, os pescadores tiveram oportunidade de apresentar o seu descontentamento com as políticas prosseguidas pelo atual Governo, nomeadamente o ter permitido a liberalização da atribuição das licenças a qualquer pescador sem cuidar de alterar o número limite de licenças (cifrada em 160) entre as áreas de jurisdição marítima das Capitanias do Porto do Douro e da Nazaré, visto que o número de licenças tem de ser distribuído em parte iguais pelas Capitanias do Porto do Douro, de Aveiro, da Figueira da Foz e da Nazaré.
Reivindicaram ainda os pescadores presentes o aumento admissível da dimensão das redes majoeiras (permitindo a utilização de redes até 15 metros de comprimento e 4 metros de altura) e a eliminação das restrições da pesca com esta arte aos sábados, domingos e feriados (já que a colocação das redes só é possível quando a maré o permite, e as marés não se condicionam pelos dias da semana), pedindo ainda que se envidem esforços no sentido de ser ainda possível que as redes se possam colocar onde os areinhos sejam formados, e não apenas em zonas pré-definidas e demarcadas pelas Capitanias, e que se pondere a possibilidade de estarem presentes mais um ou dois pescadores além do titular da licença.
A deputada Rosa Maria Albernaz comprometeu-se a questionar por escrito o Governo sobre os constrangimentos que enfrenta a pesca com estas artes imemoriais, dando nota da sua especial preocupação com a frágil situação económica dos pescadores, por via das inúmeras restrições impostas pela maioria à sua actividade diária, mesmo apesar de todos os seus esforços pessoais, e do Partido Socialista, no sentido de as minimizar, particularmente no que se refere à Arte-Xávega.
Rosa Maria Albernaz, eleita por Aveiro, afirmou que irá ainda questionar a Ministra da Agricultura e do Mar e o Secretário de Estado do Mar sobre esta realidade já no final do mês de maio, quando os governantes forem ao Parlamento prestar esclarecimentos sobre a ação governativa aos Deputados em audição na Comissão de Agricultura e Mar.
