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FESTA: A experiência de um paquiderme

O elefante do romance histórico de José Saramago foi o protagonista de uma peça de rua itinerante que invadiu a Praça da República durante o Festa 2016.

A companhia Trigo Limpo Teatro ACERT construiu um paquiderme, lançou-se à adaptação do texto, encomendou música a Luís Pastor (as letras são poemas de Saramago) e concebeu um espectáculo que envolveu a comunidade vareira enquanto parte da rota de Salomão, o elefante.

“Ver o Elefante [espectáculo] tem que ser um acontecimento das vidas das pessoas, como no conto o foi para os aldeãos que saíam no caminho”, transmitiu à companhia Pilar del Río, companheira de Saramago e presidente da fundação com o nome do Nobel da Literatura. “Espero que nossos antepassados não tenham sido mais activos, curiosos e generosos que nós próprios.”

“Sempre chegamos ao sítio aonde nos esperam”, lê-se no livro “A Viagem do Elefante”, em que José Saramago se deteve, com as devidas liberdades criativas, sobre um episódio histórico fora do comum. Em 1951, D. João III ofereceu um elefante ao arquiduque Maximiliano da Áustria, ansioso pelo impacto que o animal causaria num Europa que nunca vira tal coisa. Entre situações mais ou menos caricatas, Salomão, o tratador e a comitiva lá foram percorrendo os caminhos entre Portugal e Viena, passando por Espanha, por Itália e pelos Alpes.

Em Ovar, a comunidade foi convidada a participar, e os actores locais (em cima, numa foto de Luzia Moreira) adoraram a experiência e melhor: quem viu a peça, ficou admiravelmente surpreendido.

 

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