
Na reta final da campanha eleitoral, nomeadamente nos debates da rádio, o Dr. Domingos Silva, candidato do PSD à Câmara Municipal de Ovar, deu o primeiro sinal de abertura ao candidato do CHEGA, Flávio Costa. Esse gesto foi reforçado por um contacto telefónico seu na noite eleitoral de 12 de outubro, logo após conhecidos os resultados, manifestando disponibilidade para um diálogo institucional.
O CHEGA respondeu com sentido de responsabilidade, tendo realizado uma primeira reunião com o Dr. Domingos Silva e, posteriormente, designado uma pessoa neutra para explorar essa possibilidade de forma discreta, transparente e construtiva.
O PSD apresentou uma proposta inicial, à qual o CHEGA respondeu com uma contra-proposta clara, legítima e orientada para a estabilidade governativa. Em contrapartida, o CHEGA garantiria estabilidade política ao PSD na Câmara Municipal, na Assembleia Municipal e nas Juntas de Freguesia de Ovar e Esmoriz.
Uma proposta institucional, séria e centrada no interesse da população.
Contudo, esse sinal de abertura foi substituído pelo silêncio. O PSD interrompeu o diálogo de forma súbita e sem explicações. Hoje, o motivo é claro: negociava nas costas do CHEGA com o AGIR!
Uma aliança que contraria a coerência e a verdade.
O AGIR! é, como é público, herdeiro direto do movimento “Coração Vareiro”, liderado pelo Sr. Jaime Milhomens, estrutura política que se destacou por uma campanha marcada por críticas duras e ataques sistemáticos ao executivo do PSD, incluindo o Dr. Domingos Silva e o Eng.º Salvador Malheiro, acusando este último de ter “abandonado Ovar” para exercer funções como deputado na Assembleia da República.
O “Coração Vareiro” não é apenas um nome: é uma marca política com um histórico de oposição clara ao PSD. Mesmo assim, o PSD optou por coligar-se com essa estrutura, contrariando tudo o que afirmou durante a campanha eleitoral.
Apesar de o AGIR afirmar que Jaime Milhomens está afastado, na última Assembleia Municipal ficou provado o contrário: o AGIR coligou-se com o PS e o movimento 2030, apresentando uma candidatura alternativa à Mesa da Assembleia contra a lista do próprio PSD.
Que tipo de coligação é esta, em que os parceiros de governação se enfrentam institucionalmente na véspera de anunciarem uma aliança?
Questões que Ovar exige ver respondidas.
Perante o anúncio da coligação PSD–AGIR, o CHEGA coloca uma pergunta legítima:
Quais foram, afinal, as contrapartidas deste acordo?
Será apenas uma vereação a meio tempo? Se assim for, a vereadora do AGIR, empresária conhecida, ficará responsável pelos pelouros da Economia, Empreendedorismo, Desenvolvimento Económico Local e Modernização Empresarial? Será empresária de manhã e vereadora à tarde, com responsabilidades que a podem beneficiar diretamente?
Tudo o que o AGIR disse e defendeu na campanha foi trocado por meio ordenado de vereadora? Afinal, a coligação é com o AGIR, ou apenas com a vereadora Lígia Pode?
Ovar merece respeito.
O novo executivo municipal, liderado por Domingos Silva, inicia funções com uma escolha política que fragiliza a confiança dos cidadãos e compromete o início do seu mandato. Em vez de dialogar com o CHEGA, força legítima, coerente e disponível, o PSD preferiu uma aliança de conveniência com quem o atacou e desacreditou.
O CHEGA reafirma que não está disponível para pactos que desrespeitem a verdade, a coerência e a confiança dos cidadãos. Ovar merece mais do que acordos de circunstância. Ovar merece respeito.
Flávio Costa – CHEGA Ovar



