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UNESCO delibera inclusão do Moliceiro na lista de salvaguarda urgente

O comité da UNESCO do Património Cultural Imaterial reúne-se em dezembro, em Nova Deli, na Índia, para decidir a candidatura do barco moliceiro, tradicional da cidade de Aveiro, à lista de património em necessidade de salvaguarda urgente.

O anúncio foi feito na quinta-feira pela Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA). Em comunicado, a entidade municipal assegurou que a candidatura, que se intitula “Barco Moliceiro: Arte da Carpintaria Naval da Região de Aveiro”, é “a única proposta selecionada para representar Portugal em 2025 no processo internacional da UNESCO”.

A Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro dá, assim, novo passo no caminho iniciado em 2022. O barco moliceiro já havia sido inscrito no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, permitindo nova candidatura a nível global.

“Para além do seu carácter identitário, a candidatura pretende potenciar um produto turístico de capacidade promocional à escala internacional”
, avança a CIRA sublinhando a necessidade da sua “salvaguarda urgente”.

Apesar de ser uma marca na identidade da região, a documentação entregue relembra que há, atualmente, apenas cinco construtores de moliceiros no ativo, quatro dos quais com mais de 60 anos de idade.

Quanto às embarcações, subsistem pouco mais de 50 unidades e metade é exclusivamente direcionada à utilização para fins turísticos nos canais urbanos da Ria de Aveiro.

A candidatura à UNESCO inclui uma lista detalhada de propostas para contornar as fragilidades, nomeadamente uma maior intervenção junto da comunidade escolar e a instalação de motores elétricos nas embarcações turísticas.

A decisão final só é conhecida depois de 13 de dezembro, dia em que termina a 20.ª sessão do Comité Intergovernamental para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial da Organização UNESCO.

Deslocam-se ao evento a realizar-se em Nova Deli os representantes da CIRA Jorge Almeida, presidente do conselho intermunicipal, Januário Cunha (Murtosa) e António Loureiro (Albergaria).

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