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CP vai construir cem comboios em Guifões

Ovar também foi hipótese para esta fábrica

Portugal vai voltar a fabricar comboios nos próximos anos. A CP assinou contrato com os franceses da Alstom para comprar 117 novas unidades, no valor de 746,042 milhões de euros. A construtora portuguesa DST também está incluída no negócio e ficará responsável por instalar a unidade de produção em Guifões, no concelho de Matosinhos. Os franceses terão de fabricar 100 comboios em Portugal, segundo o contrato publicado em 21 de outubro.

A primeira automotora elétrica terá de chegar no prazo de 40 meses, ou seja, no primeiro trimestre de 2029. A partir daí, serão entregues três unidades múltiplas por mês.

Dos 117 novos comboios, 62 destinam-se ao serviço suburbano e os restantes 55 para o serviço regional.

A região do Grande Porto poderá contar com mais 12 comboios elétricos para destinos como Braga, Guimarães, Aveiro, Leça do Balio/Leixões e Marco de Canaveses.

Terminado o lote de comboios suburbanos, entrarão nos carris os novos 55 veículos para o serviço regional, a 4,22 milhões de euros por unidade. As automotoras chegarão entre 2031 e 2032 e irão substituir mais de 50 unidades da série UTE 2240, com mais de 50 anos de serviço. A última modernização foi feita entre 2003 e 2005 e levou estes comboios a ficarem conhecidos, entre os ferroviários, como “Lili Caneças”. Os comboios circularão, por exemplo, nos regionais entre Entroncamento e Lisboa. Antes disso, a CP irá receber, a partir de 2026, 22 novas automotoras para o serviço regional, 12 das quais serão híbridas e poderão circular em linhas não eletrificadas, como o Alentejo.

O contrato entre a CP e a Alstom lembra ainda a opção de encomendar um ou dois lotes de 18 comboios cada para o serviço suburbano. A opção, que pode ser acionada até um ano antes da entrega do último comboio suburbano, tem de ser autorizada pelos ministérios das Infraestruturas e das Finanças – que tomam conta da CP. A transportadora pública ferroviária já foi mandatada para apresentar uma proposta. Se tal acontecer, as unidades não podem custar mais do que no primeiro contrato.

A Alstom ganhou o concurso para fabricar 117 novos comboios para a CP batendo a concorrência da Stadler (Suíça), CAF (Espanha), CRRC (China), Hitachi (Japão) e o consórcio Siemens/Talgo (Alemanha e Espanha). A construção de uma fábrica, em parceria com a DST, foi um dos argumentos que ajudaram os franceses a vencer a contenda. Na nova unidade terão de ser fabricados 100 comboios, segundo o contrato. Caso tal não aconteça, estão previstas penalizações por unidade no valor do acordo pago pela CP à Alstom.

Depois do fabrico dos novos comboios, a unidade de produção será transformada numa oficina de manutenção, podendo fazer grandes reparações. A Alstom terá de transferir a propriedade do espaço para a CP. A construção da fábrica irá custar 28,6 milhões de euros e daqui a seis meses o projeto de execução da obra tem de ser submetido pela DST à CP.

Na nova unidade terão de ser fabricados 100 comboios, segundo o contrato. Recorde-se que a Salvador Caetano e os suíços da Stadler apresentaram uma proposta na qual  previam a instalação desta fábrica de comboios em Ovar.

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