Medos, bestas e demónios do contemporâneo
Workshop integrado na exposição "Onde a erva murmura"
Limitada a meia dúzia de pessoas por causa da pandemia por coronavírus, Ana Torrie orientou um workshop de figuras em barro no âmbito da exposição “Onde a erva murmura” que tem patente no Museu Júlio Dinis, composta por “um cenário bidimensional/tridimensional de obras em cerâmica, xilogravura e matrizes de cobre e zinco que ecoam o drama civilizacional contemporâneo”.
Através da obra referência exposta por Ana Torrie, os participantes foram estimulados a criar “as suas bestas, os seus medos, os seus demónios, modelados em barro, com adereços/objectos matrizes de cobre/zinco”, explicou a artista. O objectivo de fazer com que os participantes “passem a agregar simbolismos narrativos às suas individualidades: a do personagem e as suas” foi atingido.
Na exposição que tem patente em Ovar até 31 de Outubro, Ana Torrie desafia o espectador e rever-se “nestes corpos de imagens onde cada personagem tem a capacidade de mostrar, com matizes alegóricas, os modos de ser da humanidade”.
“Onde a erva murmura” quer trazer “à discussão pré-conceitos pela linguagem da gravura no seu entendimento de carácter mais expandido, traz a relação entre o positivo e negativo, a luz e a sombra, e aquilo que a artista tem vindo a experimentar com escalas maiores e a escultura… ”
Ana Torrei concluiu a Licenciatura em Escultura na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, em 2007. Incentivada pelo pai a prosseguir o seu desenvolvimento artístico fora de Portugal foi para a Polónia e é quando tem o seu primeiro contacto com a gravura na Akademia Sztuk Pieknych Im.
A Polónia marca o início de um novo ciclo no seu trabalho com Ed Gar, personagem inspirado na obra literária de Edgar Allan Poe.
Em 2013 abre ao público o atelier guilhotina, uma oficina de gravura edição e impressão de obra gráfica original. Fundada em 2013 por Ana Torrie, abriu a suas portas em íntima colaboração com a Verde Rubro Associação Cultural e Artística.
Através das técnicas de impressão tradicionais pretende desenvolver e promover um conjunto de práticas de impressão e auto-edição, oferecendo um vasto leque de oficinas, residências e exposições. Busca também ampliar as possibilidades gráficas dos projectos que se realiza com cada artista/gravador.
