Opinião

Páscoa quê?! Huumm… – Por Pedro Nuno Marques

A Páscoa tem vindo a perder força no que a datas festivas diz respeito. Pouca gente se interessa pelo significado da quadra, eu incluído. A malta quer lá saber se se pode comer carne ou não. Também pouco importa trazer à baila se Jesus ressuscitou de facto, 72 horas depois de ter sido declarado morto. A pergunta que se impõe passa por perceber se o mataram mesmo ou se foi tudo uma cabala para que aqueles que Nele acreditavam o continuassem a venerar por, meritoriamente, conseguir transformar água em vinho. Depois, há a questão fundamental de se saber como é que Ele, estando sozinho (julga-se) no interior de uma gruta, conseguiu mover uma rocha de três ou quatro toneladas, partindo do princípio de que à época não existiam guindastes ou gruas. Quando de lá saiu, parece ter subido ao céu, não dando justificações de maior à mãe ou pai ou aos amigos. Depois, nunca mais apareceu. Nada contra. Opções e prioridades. É a liberdade individual a funcionar, e bem. Talvez já estivesse farto de aturar as pedinchices dos apóstolos e resolveu pirar-se de vez.

Talvez este complexo dilema daquilo que se terá passado, de facto, há cerca de dois milénios num monte de Jerusalém faça com que o pessoal não ligue muito ao período pascal, mesmo os crentes e religiosos. É tudo tão controverso que se consegue até associar coelhinhos que transpiram fofura e amêndoas e ovos de chocolate à famigerada ressurreição do Messias. Nem aquilo da inteligência artificial consegue explicar tão estranha complexidade. Nem a inteligência artificial, nem influencers, nem youtubers e nem, muito menos, especialistas em coaching motivacional, provavelmente os únicos seres humanos herdeiros da sabedoria, da positividade, da gratidão que o Salvador haveria de nos deixar. Tudo isto por 500 euros por uma sessão repleta de frases motivacionais para, no fim, chorarem esse dinheiro da mesma forma que os apóstolos ficaram desamparados quando Jesus bazou lá para cima.

Relativamente à Páscoa, salva-se o folar de Vale de Ílhavo. E os 50 euros do padrinho também.

Pedro Nuno Marques

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