Saúde

Sexo Disfuncional ou Disfunção Sexual? – Por USF João Semana

“A saúde sexual é um estado de completo bem-estar físico, emocional, mental
associado à sexualidade e não só à ausência de doença ou enfermidade”
(OMS, Organização Mundial de Saúde).

A pessoa pode apresentar alterações ou perturbações no seu ciclo de resposta sexual
surgindo as dificuldades ou disfunções sexuais que impedem a vivência de uma vida
sexual satisfatória e gratificante. Estas, podem ser desencadeadas por causas
orgânicas, físicas e psicológicas. Existem vários tipos de disfunção: primária, se
coincide com o início da atividade sexual; secundária se foi adquirida ao longo do
tempo. Pode ser ainda generalizada, se está presente em qualquer circunstância,
ou situacional, se está presente apenas em determinadas circunstâncias.

Considera-se que se padece de disfunção sexual quando se apresenta dor durante o
acto sexual, há perda da líbido (desejo sexual), alterações ou incapacidade para
atingimento do orgasmo ou ainda alterações na excitação, causando alterações na
orgânica do casal e sofrimento. É frequente ocorrer uma sobreposição de sintomas na
mesma pessoa; a título de exemplo, a presença de dor durante a relação sexual poderá
tornar o acto sexual menos agradável, com menor probabilidade de atingimento de
orgasmo.

Contudo, é importante realçar que para muitas pessoas, homens ou mulheres, a
diminuição ou ausência de desejo sexual, excitação ou até mesmo orgasmo, não
constitui um motivo de sofrimento, podendo não ser considerada uma disfunção
sexual! Daí ser muito importante uma avaliação adequada quanto ao impacto destas
alterações.

Disfunção Sexual Masculina/As causas mais comuns são:

Disfunção eréctil, é a mais frequente e afeta cerca de 15% dos homens com meia idade
e mais velhos. Define-se como sendo a dificuldade que o homem tem em obter ou
manter uma ereção garantindo que a relação sexual se prolongue o tempo necessário
permitindo um desempenho sexual que satisfaça ambas as partes.

Disfunção ejaculatórias que podem ser de vários tipos. A mais frequente é a ejaculação
precoce, esta ocorre antes da penetração vaginal ou pouco tempo após a mesma sem
que o homem se consiga atrasar. Ejaculação retrograda é definida como ausência total
ou parcial do ejaculado para o interior da bexiga durante o orgasmo. Na anejeculação
ou ausência de ejaculação, não existe emissão de ejaculado durante o ato sexual.

Disfunção Sexual Feminina / As causas mais comuns são:

Síndrome geniturinária da menopausa: durante a menopausa, a mulher sofre
alterações hormonais, com diminuição da produção de estrogénio. Esta alteração leva
a alterações funcionais e estruturais, como secura vaginal e diminuição da lubrificação,
que cursam com dor na relação sexual.

Sintomas psicológicos: em que cursam várias etiologias como uma baixa autoestima, a
existência de experiências sexuais negativas no passado, muitas vezes a preocupação
com uma gestação indesejada.

A disfunção sexual feminina e masculina tem ainda causas comuns, algumas das quais
se destacam:
– Diminuição da libido, que se define pela diminuição da vontade de ter relações
sexuais. Pode ocorrer em qualquer altura do ciclo de vida, tendo tendência para
aumentar com a idade;
– Sabe-se que há uma correlação entre os transtornos do humor (depressão,
ansiedade,…) e a falta de interesse sexual;
– A presença permanente de preocupações com o corpo, quer por baixa autoestima,
quer por alguma alteração neste, claramente também prejudicarão;
– Vida stressante, com dificuldade de encontro do casal, com preocupações contantes
com trabalho, casa, filhos, poderá afectar o desejo sexual;
– Sabe-se que diversas patologias podem causar redução no desejo sexual e na libido,
tais como diabetes, doenças do coração, doenças neurológicas;
– Alguns fármacos causam alterações na função sexual, como alguns antidepressivos e
anti-hipertensores;
– A dependência alcoólica é também uma das causas de disfunção sexual.

Como podemos constatar, tanto na disfunção sexual masculina, como feminina estão
presentes vários causas, as quais carecem, numa primeira fase da análise entre o casal,
com o diálogo das dificuldades e sofrimento que possa estar presente, na tentativa de
em conjunto conversarem e mostrar ao(à) parceiro(a) que algo não está bem, com fim
a uma solução conjunta de aproximação, entendimento e suporte.

Numa segunda fase, mediante as alterações constatadas, poderá carecer de uma
investigação médica, para posteriormente se proceder à melhor abordagem. As
abordagens poderão passar por alterações no estilo de vida, abordagem
medicamentosa, suporte psicológico, terapia de casal ou sexual, entre outras opções.
Desta forma, sempre que surja uma alteração na função sexual com
comprometimento na sua vida/vida do casal, poderá procurar ajuda junto dos
profissionais de saúde, nomeadamente no âmbito dos cuidados de saúde primários!

Poderá consultar mais informações em: http://www.apf.pt/sexualidade/dificuldades-e-disfuncoes-sexuais-homens-e-mulheres

 


Adélia Folhas, Enfermeira na USF João Semana
Soraia Vaz Osório, Médica Interna de MGF na USF João Semana

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