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Mutualidades alertam para critérios do PRR que condenam candidaturas ao insucesso

As mutualidades alertam para critérios de análise e hierarquização das candidaturas à requalificação e alargamento da rede de equipamentos e respostas sociais no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência que condicionam, à partida, o sucesso de alguns projetos.

O alerta foi lançado durante a IV Reunião Anual de Presidentes Mutualistas, realizada pela União das Mutualidades Portuguesas (UMP), na Mealhada, tendo como convidado central o Presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento do Plano de Recuperação e Resiliência (CNAPRR), António Costa e Silva, que se disponibilizou a suscitar a matéria junto dos decisores.

 

“O papel da Comissão é estabelecer pontes entre os decisores e os agentes económicos no terreno. Não é fácil. Nós vivemos num país que é profundamente individualista, funcionamos em silos, comunicamos pouco uns com os outros e é isso, muitas vezes, que cerceia e constrange a aplicação dos programas”, explicou António Costa e Silva. No seu entender, haveria vantagens no acesso prévio da CNAPRR aos avisos de candidatura, para com, a experiência das entidades que a integram, neste caso do setor social,

suscitar essas preocupações e formatar o Aviso de acordo com aquelas que são as especificidades do terreno.

 

O Presidente do Conselho de Administração da UMP, Luís Alberto Silva, apelou a que as mutualidades expusessem as dificuldades com que se deparam nas candidaturas, no sentido de as abordar no seio da CNAPRR e dos órgãos de decisão.

 

O Dirigente considera que o PRR é “uma alavanca para o desenvolvimento e o rejuvenescimento das mutualidades e de muitos projetos”, mas “não é uma panaceia” e deixa de fora aspetos importantes como a requalificação de instalações das respostas de saúde e previdência social.

Por outro lado, diz não compreender que “as entidades da economia social não tenham acesso aos mesmos

montantes de financiamento, através do PRR, que as demais entidades públicas e privadas, para medidas no âmbito da transição digital e climática”.

 António Jorge Franco, Presidente da Câmara da Mealhada, anfitrião do evento, participou na sessão de abertura, para realçar o papel do setor social e a importância de que o PRR se reveste para a consolidação das suas respostas à população.

A Reunião Anual de Presidentes Mutualistas abriu espaço, também, para uma reflexão sobre o Estudo de Caracterização do Movimento Mutualista em Portugal, realizado pelo ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa, para a UMP, onde se faz um raio X ao setor, às suas debilidades e pontos fortes, e se apontam os desafios e as prioridades para o desenvolvimento do mutualismo (mais informação, AQUI).

 

A cimeira dos líderes mutualistas terminou com a entrega aos participantes de um exemplar do mais recente livro editado pela UMP, “História do Mutualismo nas Ex-Colónias Portuguesas”, e de uma sessão de autógrafos com os autores, Joana Dias Ferreira e Rui Henriques, investigadores da Universidade Nova de Lisboa (informações complementares, AQUI).

 

 

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